domingo, 28 de junho de 2009

A MÚSICA NA SALA DE AULA DE MATEMÁTICA

A MÚSICA NA SALA DE AULA DE MATEMÁTICA

Daniela da Silva Rocha – UEFS – danye13br@hotmail.com

RESUMO: Este minicurso propõe uma abordagem da Matemática utilizando a Música como instrumento facilitador do processo de ensino-aprendizagem, uma vez que estas ciências possuem uma ligação antiga e intensa. Exploraremos o potencial da música para atrair as atenções dos educandos para a aquisição do conhecimento. Além de estabelecer nas letras das músicas relações com outras áreas do conhecimento, alcançando maiores êxitos na abordagem interdisciplinar dos conteúdos.

INTRODUÇÃO

Diante das dificuldades encontradas no ensino da matemática e dos apelos do mundo moderno, a saber: internet, jogos eletrônicos, aparelhos eletrônicos com múltiplas funções, entre outras opções, desperta nos educandos interesses variados, desta forma precisamos adequar a nossa prática a essas necessidades, mostrando aos nossos alunos que a matemática está no nosso quotidiano.

Esse minicurso tem esse objetivo – utilizar a música como instrumento facilitador do ensino da matemática.

JUSTIFICATIVA

Segundo Ferreira (2002) nas diversas religiões, pelas diversas regiões da Terra e ao longo da existência humana, a prática de associar qualquer disciplina à música foi muito utilizada e demonstrou muitas potencialidades como auxiliar no aprendizado. Contudo, essa prática é pouco explorada pela maioria dos educadores, principalmente pela dificuldade de encontrar as músicas adequadas.

Os professores acreditam que encontrarão a música retratando determinado conteúdo, fração, por exemplo, e possivelmente não a encontrará, mas existem canções que nos permitem associações. Em Aula de Matemática, Marinho Pinto e Tom Jobim, nos apresentam uma possibilidade de trabalhar frações e uma de suas operações:

Quando dois meios se encontram desaparece a fração
E se achamos a unidade
Está resolvida a questão

É nessas associações que reside a excelência de se trabalhar com música, pois os alunos enxergarão que a Matemática está nos lugares mais inusitados.

Todavia, é necessária muita cautela na escolha das músicas, estas devem agradar também aos alunos, caso contrário eles a rejeitarão. Portanto, trabalhemos Tom Jobim mais trabalhemos Mamonas Assassinas e o expoente da música nordestina, Luiz Gonzaga, que inclusive faz muito sucesso na Educação de Jovens e Adultos – EJA.

OBJETIVO GERAL

Desenvolver estratégias para o ensino da matemática através da música.

OBJETIVOS ESPECIFICOS

§ Utilizar a matemática como alternativa no processo de ensinagem da matemática;

§ Refletir sobre a própria pratica pedagógica e por fim adequá-la à sua realidade escolar.

METODOLOGIA

A utilização da Música como instrumento facilitador nas aulas de Matemática deve partir da realidade da turma e, sobretudo do conteúdo que está sendo estudado ou que será estudado.

Neste minicurso iniciaremos com uma abordagem histórica da relação Matemática – Música, levando os participantes a perceberem que a Matemática colaborou com a Música ao longo de muitos séculos. E mostrar que músicas podem, e muito, contribuir para o aperfeiçoamento da prática pedagógica.

Posteriormente, analisaremos letra e melodia de algumas canções e estabeleceremos relações com o ensino da matemática. Além de buscar as relações com outras áreas do conhecimento.

Veja os aspectos que podemos identificar em uma música do saudoso Luiz Gonzaga – Dezessete e Setecentos:

Eu lhe dei vinte mil réis
Prá pagar três e trezentos
Você tem que me voltar
Dezesseis e setecentos!
Dezessete e setecentos!

No 1º verso encontramos referências à matemática – vinte; à história e economia – mil réis.

Em Números de Raul Seixas e Paulo Coelho podemos explorar potencialmente diversas áreas do conhecimento.


Meus amigos, essa noite, eu tive alucinação.
Sonhei com um bando de números invadindo meu sertão
E de tanta coincidência, que eu fiz essa canção
Vou falar do número 1
Falar do número um não é preciso muito estudo,
Só se casa uma vez e foi um Deus que criou tudo,
Uma vida só se vive, só se usa um sobretudo.
-Agora o 12
É só de pensar no doze que então quase desisto,
São doze meses do ano, doze apóstolos de Cristo,
Doze horas é meio-dia, haja dito e haja visto.
-Agora o sete
Sete dias da semana, sete notas musicais,
Sete cores do arco-íris nas regiões divinais,
E se pintar tanto sete, eu já não agüento mais.

-Dois
E no dois o homem lucra entre coisas diferente,
Bem e mal, amor e guerra, preto e branco, bicho e gente
Rico e pobre, claro, escuro, noite e dia, corpo e mente.
-Agora o quatro
E o quatro é importante, quatro ponto cardeal,
Quatro estação do ano, quatro pé tem um animal,
Quatro perna tem a mesa, quatro dia o carnaval.
- Pra encerrar
Eu falei de tanto número, talvez esqueci algum,
Mas as coisas que eu disse não são lá muito comum,

Quem souber que conte outra, ou fique sem nenhum.


Conjunto dos números naturais (1, 2, 3, 7, 12,...), ensino religioso (doze apóstolos de Cristo), geografia (quatro pontos cardeais, quatro estações do ano), ciências (quatro pés tem um animal).

Verifica-se, portanto, a possibilidade de abordar conteúdos de matemática e de outras áreas do conhecimento, inserindo a abordagem interdisciplinar sugerida nos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN´s.

RECURSOS:

Retroprojetor, Rádio, CD – com as músicas que serão trabalhadas, letras das músicas.



REFERÊNCIAS:

FERREIRA, Martins. Como usar a música na sala de aula. 2a edição, São Paulo, Editora Contexto, 2002.

GONZAGA, L.; LIMA, M. Dezessete e Setecentos.

Disponível em: http://letras.terra.com.br/luiz-gonzaga/1002955/

Acesso em: 04/05/2009.

SEIXAS, R., COELHO, P. Números.

Disponível em: http://vagalume.uol.com.br/raul-seixas/numeros.html

Acesso em: 01/05/2009.